segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Birras: como lidar com elas (Passo 2)

A partir do momento que modificamos nosso olhar e entendemos um pouco melhor como as birras infantis funcionam, resta-nos a parte mais difícil: aprender a lidar melhor com elas. O que fazer? Como disciplinar na dose certa? Isso supondo que todos os pais e mães já entenderam que birras precisam ser disciplinadas. E é essa a primeira grande dica: não ceder à birra ou então estaremos reforçando um comportamento negativo. Muitas vezes a criança esperneia ou grita em local público, o que faz pais e mães morrerem de vergonha e cederem à birra como forma de fazê-la calar e então cessar o vexame.

Com isso, a criança tem seu objetivo alcançado e aprende a manipular os adultos à sua volta toda vez que tiver sua vontade contrariada. Diante disso, o ideal é ser firme. Repreender a birra com firmeza (e entenda-seque firmeza não é violência nem muito menos agressividade) e manter-se firme até o final. Isso implica alguns outros cuidados, como por exemplo, evitar promessas de castigos que não serão cumpridos. Por exemplo: “se você não parar com isso vai ficar uma semana sem ver televisão”. Quem cumpre esse tipo de castigo?? A menos que a criança viva numa masmorra é o tipo de castigo que não rola e, portanto, não cola.

Ainda pior é que, dependendo da idade da criança, esse papo de castigos que serão
aplicados depois, não dá certo. Crianças pequenas ainda não possuem a compreensão temporal... hoje, amanhã, ontem... confuso demais. Pra elas é o ‘aqui e agora’ (lembram do imediatismo que mencionei na nota anterior?).

A birra geralmente (e inicialmente) é apenas fruto de uma vontade contrariada,de uma frustração. Acontece que à medida que a criança percebe que está conseguindo o que quer, que está conquistando território, a birra pode se tornar cada vez mais habitual e corriqueira e então torna-se uma mania. Birra e chilique para tudo e por qualquer coisa. E como não queremos que isso ocorra com nossos pimpolhos, todo cuidado é pouco! Educar bem nossos filhotes é um dos investimentos que tem maior garantia de retorno futuro.

Beijocas!

Kátia Regina é psicopedagoga clínica e institucional, professora, mestrada em Educação pela UFS e mãe de dois meninos.

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