terça-feira, 10 de abril de 2012

Grávidas se descuidam por obsessão pela magreza


Essa semana uma amiga postou um link no facebook e gostaria de compartilhar com outras mulher que estão grávidas e se achando gorda. Meninas, estamos grávidas e não gordas kkkk vejam a matéria que foi publicada no portal da UOL.

Você já viu fotos da sua mãe quando ela estava grávida? Se você nasceu antes da década de 1990, ela, provavelmente, ganhou entre 20 e 30 quilos. Tal aumento, há alguns anos, era natural. Mas, atualmente, já se sabe que para oferecer todos os nutrientes necessários ao bebê não é preciso engordar tanto –e nem é saudável. Porém, exagerar nos esforços para não ganhar peso pode ser tão perigoso quanto engordar demais.

"A maioria das mulheres começa a gestação bem preocupada com o peso e pedindo para ganhar o mínimo possível", diz Marle Alvarenga, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP. Para o psicólogo Alberto Olavo Advincula Reis, a maternidade não ocupa mais um lugar tão importante na sociedade. "Hoje, a gravidez aparece como algo que não deve atrapalhar a vida profissional e pessoal ou o físico da mulher. Ela olha para si, e não só para o bebê", explica ele, que é coordenador do Laboratório de Saúde Mental Coletiva do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da USP.

As mulheres famosas mostram bem essa realidade. Presenças constantes (e magras) na televisão, no cinema e em revistas, elas são alvos de paparazzi –que não perdoam as gordurinhas, nem logo após a gravidez. Para não perderem a boa forma, muitas celebridades apostam em ganhar pouquíssimo peso durante a gestação. E, se os quilos foram inevitáveis, somem por algumas semanas e ressurgem surpreendentemente magras, desafiando as mulheres a conseguir o mesmo feito.

Mommyrexia
Gestantes extremamente preocupadas com a magreza iniciam uma tendência, chamada na mídia internacional de "mommyrexia", ou uma espécie de "anorexia da mamãe" (mas que não se refere só a mulheres com um transtorno alimentar). O termo popular é o que já foi estudado antes na área científica com a alcunha de "pregorexia". "Chamar a mulher de ‘mamoréxica’ carrega uma visão conservadora diante das mudanças sociais, de quem aceita pouco a autonomia feminina. No nosso inconsciente, há um conflito entre o maternal e o sensual. Quando ela se preocupa com a sensualidade nessa fase, passa a ser taxada de maneira patológica", diz Alberto.

Com preconceito ou não, a "mommyrexia" revela uma preocupação que está cada vez mais presente entre as gestantes –especialmente as de classes mais abastadas, acredita Julio Bernardi, obstetra e ginecologista da Maternidade Pro Matre, do Grupo Santa Joana. Mas esse comportamento não se limita às classes A e B. "Já observamos na rede pública de saúde essa preocupação excessiva com o ganho de peso. Muitas mulheres, ao final da gestação, restringem muito o seu consumo alimentar, para não ganhar mais quilos. E é justamente no último trimestre da gestação que ocorre o maior ganho de peso do bebê", diz Macarena Urrestarazu Devincenzi, doutora em nutrição e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

E é nesse ponto que a influência das famosas pode se tornar nociva. "A exigência de magreza e as alterações da gestação facilitam o aparecimento de preocupações obsessivas e desmedidas. Mesmo que algumas mulheres tenham maior predisposição a apresentar transtornos alimentares, os exemplos dessas personalidades só trazem efeitos negativos. As mulheres comuns, com ganho de peso normal e que não perdem tudo em uma semana, sentem-se inferiores, se comparadas às celebridades, que aparecem de biquíni um mês depois, com a barriga chapada”, explica Marle.

É normal ganhar peso
Para não cair na obsessão pela magreza, a mulher precisa ter consciência do inevitável: "A gestação é um período em que, necessariamente, há ganho de peso, relacionado aos ajustes que ocorrem em seu organismo”, esclarece Macarena. Sem contar os quilos do bebê, que aumentam ainda mais o susto na balança.

A mãe precisa ter em mente que sua saúde e a de seu filho devem ser preservadas. Com uma dieta de poucas calorias, o bebê pode não ter o desenvolvimento adequado e há mais risco de mortalidade ao nascer. Em caso de desnutrição extrema, pode haver morte uterina, aborto e má formação fetal. Já a mãe pode facilmente ficar anêmica e ter outras deficiências nutricionais, pois o bebê absorve toda a energia possível dela. Isso pode levar a complicações no parto.

Os danos da baixa nutrição ainda parecem difíceis de mensurar? "A obsessão pela magreza durante a gravidez deixa a mulher como nos casos de quem não tem acesso à comida. Essa realidade está quase no mesmo extremo de quem abusa de álcool ou drogas", diz Julio.



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