sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Gravidez interrompida

Você já ouviu falar em gravidez interrompida? Pois muitas mulheres sofrem em não poder realizar o sonho de gerar um filho. Abortos espontâneos que ocorrem, na maioria das vezes, sem que haja algum problema reprodutivo e não costumam dificultar futuras gestações.

As estatísticas mostram que cerca de 15% das gestações acabam em abortamentos espontâneos. De acordo com o ginecologista João Lúcio dos Santos Junior, 80% deles ocorrem no primeiro trimestre da gravidez. O restante se concentra no segundo trimestre. Nos últimos 90 dias, o que ocorre é chamado parto prematuro ou perda fetal.

O sangramento que segue o aborto espontâneo dura aproximadamente uma semana. O fluxo e o odor são similares ao da menstruação. Na maioria dos casos, o ciclo menstrual se regulariza após seis semanas -durante esse período, a mulher pode engravidar. Se o casal quer esperar um pouco antes de tentar uma nova gravidez, portanto, deve usar um método anticoncepcional.

Em alguns casos, a mulher nem sabe que está grávida -acha que está só menstruando. A boa notícia é que a maioria das mulheres consegue engravidar pouco tempo depois.

Vários fatores podem causar o aborto espontâneo. E nem sempre é possível fechar um diagnóstico com clareza. Alguns médicos, no entanto, acreditam que aproximadamente 60% daqueles que ocorrem nas primeiras 12 semanas de gestação sejam provocados por uma má-formação do embrião ou até mesmo pela ausência dele no saco gestacional. Isso pode acontecer por um erro na concepção ou por um defeito no óvulo ou no espermatozóide.

É importante ressaltar que esses problemas não decorrem de algo que a mulher fez ou deixou de fazer, como atividade física, alimentação errada, relações sexuais ou trabalho (desde que não seja com produtos químicos). Para alguns especialistas, é simplesmente a natureza falando mais alto. Eles defendem a tese de que é mais fácil para o organismo eliminar um embrião problemático do que mantê-lo.

Sobre o assunto

A edição de novembro da revista LOLA traz uma matéria especial onde mulheres contam suas experiências ao realizarem tratamentos para engravidar. Entre elas está a jornalista Ana Paula Padrão, 45 anos, que tentou, sem sucesso, ter um filho após quatro fertilizações in vitro (FIVs), chegando a perder uma das crianças, no terceiro mês de gestação.

A jornalista Ana Paula Padrão ao lado do esposo.

“Acho que nunca bateu aquela urgência maternal, nunca me imaginei de fato no papel de mãe. Mas ter conhecido meu marido e estar num casamento [ela é casada desde 2002 com o economista Walter Brasil Mundell] de qualidade me fizeram pensar em ter uma família formal e, de alguma maneira, perenizar essa sensação de felicidade que o encontro com meu companheiro de alma me deu”, revela Ana Paula Padrão.

A jornalista estava com 38 anos quando procurou um médico para saber se estava tudo “ok” com sua saúde e foi quando ela descobriu que tinha uma extensa endometriose e que, com a idade, a qualidade de seus óvulos não era mais a ideal. Ela tentou quatro fertilizações in vitro. “No intervalo entre elas, engravidei naturalmente, mas perdi o bebê com 3 meses de gestação. Vivemos o luto da gravidez interrompida. A gente faz planos, eu me sentia linda, engordando na cintura. Foi difícil. Durante o tratamento, o corpo e o humor viram uma montanha-russa”, explica Ana Paula Padrão.

Por conta dessa experiência traumática de perder um filho e após passar por tantos tratamentos, Ana Paula Padrão e o marido, Walter Brasil Mundell, decidiram parar com as tentativas: “Concluí que estava gerando uma infelicidade que não existia. Eu tinha um casamento feliz, uma bela carreira, a possibilidade de viajar para onde eu quisesse e parei tudo para apostar em algo que a natureza não me deu. Desisti porque percebi meus limites e passei a agradecer tudo que já alcancei”.

Além de Ana Paula Padrão, a LOLA deste mês traz depoimentos das atrizes Cláudia Lira, 46 anos, e Bianca Rinaldi, 36 anos, juntamente com histórias de outras mulheres que tiveram experiência boas e ruins com o tratamento para engravidar. (BD).

Com informações do site da Revista Contigo!

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